Blog direcionado às causas envolvendo o Sistema Penitenciário e os Agente de Segurança Penitenciária - ASP (membros do quadro da Polícia Civil de Pernambuco).

domingo, 18 de dezembro de 2011

Novo endereço para este blog

ATENÇÃO!!!

O blog http://diogenesbem.blogspot.com deixará de postar assuntos relacionados ao Sistema Penitenciário.

Por medidas de segurança, a partir de agora, o blog de notícias sobre o Sistema Penitenciário terá um novo nome (endereço) e contará com o apoio de alguns colegas que também poderão postar no blog.

Eis o novo endereço:


Sociedade ASP (NOVA GERAÇÃO)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Detento é autuado em flagrante por venda de drogas em presídio de PE

Um detento de 41 anos do presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, foi autuado em flagrante, vendendo drogas a outros presos nessa segunda-feira (12). Ele era o chaveiro - responsável por fechar as celas dos outros detentos - do bloco "D" da unidade. O detento cumpre pena há sete anos por dois assaltos a bancos e vinha sendo investigado há 30 dias.

Depois de investigações sobre tráfico de drogas dentro na unidade prisional, o detento foi flagrado com 250 gramas de cocaína, balança de precisão, tesoura, vela, ácido bórico e um fogão artesanal. A Operação Jericó, como ficou conhecida, foi realizada pelo Departamento Estadual de Investigações Sobre Narcóticos (Denarc) e pela Secretaria de Ressocialização de Pernambuco (Seres).

De acordo com o delegado João Leonardo Cavalcanti, ele deve ter usado desse material para praticar o tráfico e será submetido aos procedimentos de praxe. “Ele será recolhido ao Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel) e ficará à disposição da Comarca de Itapissuma”, afirmou Cavalcanti.
Fonte: globo.com

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Mudanças no calendário de posse...

PORTARIA CONJUNTA SAD/SERES Nº 149, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2011.

O SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO e O SECRETÁRIO EXECUTIVO DE RESSOCIALIZAÇÃO, considerando o disposto na Portaria Conjunta SAD/SERES nº 147, de 12 de dezembro de 2011 (publicada hoje (14), RESOLVEM:
I. Determinar que o horário do exame pré admissional dos candidatos nos dias 14 e 15 do 12 de 2011 será das 08h às 16h.
II. Informar que nos dias 16/12, 19/12, 20/12, 21/12, 22/12 e 23/12/2011 o horário do exame pré-admissional será das 08h às 12hs.
III. Esta portaria entra em vigor na data da sua publicação.
José Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira
Secretário de Administração

Cel PM Romero José de Melo Ribeiro
Secretário Executivo de Ressocialização

CRONOGRAMA:

Dias 14 e 15 - 80 primeiros (Homens RD-12)
Dia 16 - 70 candidatos (Homens RD-12) - antes iriam apresentar no dia 15.
Dia 19 - 70 candidatos (Mulheres RD12) - antes iriam apresentar no dia 16.
Dia 20 - 70 candidatos (antes iriam apresentar no dia 19)
Dia 21 - 70 candidatos (antes iriam apresentar no dia 20)
Dia 22 - 70 candidatos (antes iriam apresentar no dia 21)
Dia 23 - 70 candidatos (antes iriam apresentar no dia 22)

Nota: As datas para posse serão nos dias 26 e 27 de dezembro, sendo que o pessoal dos dias 14, 15 e 16 no dia 26 e o restante no dia 27.

Importante: Quem já realizou algum dos exames supramencionados com prazo de validade até noventa dias, pode apresentar na data programada no IRH.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

NOTA OFICIAL SERES: CONVOCAÇÃO PARA POSSE

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E DIREITOS HUMANOS
SECRETARIA EXECUTIVA DE RESSOCIALIZAÇÃO
GERÊNCIA GERAL ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
GERÊNCIA DE GESTÃO DE PESSOAS

A Gerência de Gestão de Pessoas da Secretaria Executiva de Ressocialização-SERES, vem por meio desta, informar aos recém-nomeados, conforme Atos 7437, 7438, 7439, 7440, 7441, 7442, 7443, 7444, 7445, 7446, 7447/2011, publicados no DOE de 08/12/2011, os procedimentos para Perícia Médica:

I - Dos Exames Pré-Admissionais:
Deverão providenciar imediatamente, os seguintes exames para apresentar no Núcleo de Supervisão de Perícias Médicas e de Segurança do Trabalho do IRH, localizado na Rua Henrique Dias, s/nº, Derby, em frente ao Colégio da Polícia Militar:
a)   Hemograma completo (com contagem de plaquetas);
b)   Sumário de urina;
c)   Glicemia em jejum
d)   VDRL;
e)   Eletrocardiograma;
f)    Parecer cardiológico para aqueles com idade superior a 40 anos;

II - Do agendamento para o comparecimento da Perícia Médica no IRH
Os referidos exames deverão ser apresentados no Núcleo de Supervisão de Perícias Médicas e de Segurança do Trabalho do IRH, localizado na Rua Henrique Dias, s/nº, Derby, conforme calendário abaixo:

Calendário:
Data: 14/12/2011 (4ª feira) -  (8:00 até 11:00) 80 nomeados/dia (listagem anexa*);
Data: 15/12/2011 (5ª feira) – (8:00 até 11:00) 70 nomeados/dia (listagem anexa*);
Data: 16/12/2011 (6ª feira) – (8:00 até 11:00) 70 nomeados/dia (listagem anexa*);
Data: 19/12/2011 (2ª feira) – (8:00 até 11:00) 70 nomeados/dia (listagem anexa*);
Data: 20/12/2011 (3ª feira) – (8:00 até 11:00) 70 nomeados/dia (listagem anexa*);
Data: 21/12/2011 (4ª feira) – (8:00 até 11:00) 70 nomeados/dia (listagem anexa*);
Data: 22/12/2011 (5ª feira) – (8:00 até 11:00) 70 nomeados/dia (listagem anexa*).
* Clique no link para baixar a listagem do anexo: [PDF]

III - Da Posse:
Tendo recebido o Laudo Médico, o nomeado deverá seguir para a Gerência de Controle da Movimentação de Pessoal do Estado, da Secretaria de Administração, localizado na Rua Dona Maria César, 68, Recife Antigo, a fim de tomar posse no cargo, portando os seguintes documentos:
a)   Carteira de Identidade (original e xerox);
b)   CPF (original e xerox);
c)   Carteira de Habilitação (original e xerox);
d)   Certificado de Reservista ou Carta Patente (original e xerox);
e)   Cartão PIS/PASEP (se tiver);
f)    Título de Eleitor + comprovante de votação na última eleição (original e xerox);
G)   Certificado de Conclusão 2º Grau ou de Curso Superior (original e xerox);
h)   Laudo Médico do NSPS/IRH (original);
i)   Certidão de Antecedentes Criminais do Instituto de Identificação Tavares Buril, Certidão Negativa da Justiça Federal, da Justiça Militar (só para homens), da Justiça Militar Estadual (só para PM) e da Justiça Estadual (originais) e também do Estado de origem, para aqueles que residem ou trabalham em outra unidade da federação;

IV - Do Exercício:
Formalizada a posse, o servidor comparecerá a Gerência de Gestão de Pessoas / SERES, situada na Rua do Hospício, 751 – Boa Vista – Recife/PE, próximo ao Parque 13 de Maio, onde entregará o Termo de Posse, documento necessário para assunção do cargo de Agente de Segurança Penitenciária.

Para dirimir quaisquer dúvidas o interessado poderá procurar a Gerencia de Gestão de Pessoas/SERES, pessoalmente, ou pelos telefones 3184.2160/3184.2190. 

Recife,   09    de  dezembro de 2011
Fábia Cristina Alves de Brito Machado

.      Gerente de Gestão de Pessoas

O Governo de Pernambuco nomeia 500 novos Agentes Penitenciários


O ato de nomeação foi publicado hoje (09), com data de ontem, no Diário Oficial do Estado.Os concursados aguardavam a nomeação desde maio deste ano, data em que foi realizado o  curso de formação. Foram convocados 809 concursados para o curso de formação (CFASP), destes se formaram 777 num curso que durou 4 meses em tempo integral. Hoje, 500 Agentes de Segurança Penitenciária (ASP) foram nomeados restando apenas 277 para o próximo ano.

Baixe o diário Oficial de Hoje no site: www.cepe.com.br ou cliquei para baixa de outra fonte.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Detentas da Penitenciária de Abreu e Lima receberão informações sobre pena a cumprir

Cada presa da Penitenciária Feminina de Abreu e Lima receberá um atestado em que poderá saber a situação de sua pena. A medida será colocada em prática a partir da próxima segunda-feira (12). No documento, intitulado de Atestado de Pena a Cumprir, a detenta terá informações sobre a base legal da condenação, o tempo de pena, e o regime. Cerca de 350 presas serão beneficiadas.

No documento, ainda constarão informações sobre o tempo em que a presa ficou detida antes da sentença condenatória, se houve fuga, se trabalhou ou estudou e com isso reduziu tempo, além da data de extinção da pena.

De acordo com as informações da Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ), além das detentas, a defensoria pública e o diretor da penitenciária receberão as cópias do atestado de pena a cumprir.

Segundo o juiz da 1ª vara de execução penal, Adeildo Nunes, as informações contidas no atestado são um direito de todo preso. A Lei de Execução Penal, juntamente com a lei 10.713/03, obriga todo juiz a fornecê-las anualmente ao preso condenado. No entanto, o levantamento dos dados é feito manualmente, um a um, e por isso torna-se um processo demorado.

Ainda de acordo com o magistrado, após o levantamento e disponibilização das informações, o segundo passo é fazer os cálculos das penas e, se for o caso de concessão de algum benefício, como progressão de regime e livramento condicional, por exemplo.

A iniciativa, que tem apoio da CGJ, deverá estender-se a outros presídios e penitenciárias, como o Aníbal Bruno e o presídio de Igarassu.

Os próximos presos a receber o documento serão os que estão no Centro de Reeducação da Polícia Militar (CREED), presídio militar de Abreu e Lima, em meados de fevereiro de 2012.
 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Estado contratará mais de 900 servidores em 2012

Segundo o secretário Paulo Ivan serão contratados professores, policiais militares, bombeiros e agentes penitenciários
Governador Wilson Martins

O Governo do Estado confirmou a contratação de mais de 900 de servidores concursados a partir de 2012. De acordo com o secretário de Administração, Paulo Ivan, há determinação para a nomeação de 718 professores, bem como a perspectiva de nomeação de aproximadamente 160 policiais militares, 40 soldados bombeiros e cerca 100 agentes penitenciários já no início do próximo ano.

Paulo Ivan também confirmou que será realizado o concurso para o preenchimento de 110 vagas na Secretaria de Segurança para todos os cargos, exceto delegado. O certame já foi autorizado pelo governador do Estado do Piauí, Wilson Martins e o edital deve ser publicado nas próximas semanas. Além disso, o concurso com 877 vagas para a Secretaria de Saúde teve suas inscrições reabertas no último dia 5. Quanto ao acréscimo que essas contratações provocará na folha de pagamento do Estado, Paulo Ivan observou que essas contratações se darão no próximo ano, não estando definida ainda a data precisa, justamente porque será verificado no momento das nomeações, a questão do impacto financeiro.
Fonte: 180graus

O Supremo e a combinação de leis no tráfico de drogas

Em recente julgamento, os ministros do STF discutiram acirradamente sobre a viabilidade jurídica da chamada combinação de leis em casos de tráfico de drogas.

 O problema: a antiga lei de drogas (Lei 6.638/76) estabelecia para o traficante uma pena de 3 a 15 anos de prisão, e não previa qualquer causa de diminuição desta mesma pena. O novo texto legal (Lei 11.343/06) fixou uma pena maior para o traficante (5 a 15 anos) mas, por outro lado, criou uma causa de diminuição de 1/6 a 2/3 se o réu for primário, tiver bons antecedentes e não integrar organização criminosa (art.33, §4º).

Em outras palavras: se a nova lei, por um lado, é prejudicial ao réu, vez que aumenta a pena, por outro é benéfica, porque cria minorante antes inexistente.

O centro do debate: a Constituição e o Código Penal apontam que a lei penal não retroage, salvo para beneficiar o réu. No caso, parte da nova lei beneficia o réu (criação de uma causa de diminuição) e parte o prejudica (aumento da pena).

A questão: é possível fazer retroagir apenas os dispositivos mais benéficos e impedir a aplicação dos mais graves? Eis a discussão no RE 596152/SP no STF.

A discussão não é nova, vez que a suposta combinação de leis já foi debatida quando da alteração das regras de livramento condicional (STF, HC 68416) e das modificações do art.366 do CPP sobre citação por edital (embora aqui a discussão misture questões penais com processuais), dentre outros casos.

No caso da lei de drogas, os ministros Lewandowski, Carmen Lucia, Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Marco Aurélio decidiram pela unidade legal. Reconheceram que a lei penal mais benéfica retroage, mas negaram a possibilidade da retroação em partes ou em tiras, com base em doutrina de Hungria Aníbal Bruno, Heleno Cláudio Fragoso, Jair Leonardo Lopes, Paulo José da Costa Júnior, Von Lizt, Claus Roxin. Para eles, ou bem se aplica a nova lei na integra – com a pena maior e com a causa de diminuição — ou vale a lei anterior, também na integra – com a pena menor e sem a causa de diminuição. A retroação de apenas parte da lei, e sua mescla com dispositivos do texto anterior, criaria uma terceira lei incompatível com a vontade do legislador.

Os ministros Ayres Britto, Cesar Peluso, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello entenderam de outra forma. Para eles, será impossível aplicar a pena mais grave da nova lei porque evidentemente prejudicial ao réu, mas é perfeitamente adequada a causa de diminuição porque tal novidade beneficia o acusado. O juiz — no caso concreto — não criaria uma nova lei, “mas se movimentaria dentro dos quadros legais para uma tarefa de integração perfeitamente possível” (voto Min. Peluso). Na doutrina, adotam posição semelhante Cezar Bittencourt, Magalhães Noronha, José Frederico Marques, Francisco de Assis Toledo, Damásio de Jesus e Celso Delmanto.

A segunda posição parece mais adequada. Não se trata da aplicação de partes da nova lei e de partes da lei mais antiga, mas apenas de reconhecer a aplicação integral da lei anterior — mais benéfica — com a retroatividade da causa de diminuição da lei nova. Não há a criação de uma terceira lei, mas apenas a concretização, naquele caso, de um preceito constitucional. Trata-se de uma interpretação conforme a Constituição diante de dois textos legais e de um texto constitucional.

Se o legislador decidiu aumentar a pena para o tráfico, é claro que tal previsão não se aplica para os fatos anteriores à lei. Por outro lado, o mesmo legislador entendeu que a gravidade do tráfico é diminuída quando o réu é primário e não participa de organização criminosa. Significa que reconheceu que tal comportamento merece um beneficio — independente de quando foi praticado — e não há justificativa para negar sua aplicação para fatos anteriores. E esta causa de diminuição não esta em conflito com qualquer norma anterior, é inédita, e — como afirmou o Ministro Ayres Britto em eu voto — “por força mesma do seu ineditismo, não se contrapõe a qualquer anterior regra penal”.

Imaginemos o seguinte: se a lei antiga fosse alterada por duas novas leis a invés de apenas uma. A primeira disporia apenas sobre a causa de diminuição, criando a nova minorante para réus primários, sem mencionar qualquer alteração na pena para o tráfico. A segunda se limitaria a aumentar a pena para o crime de tráfico de drogas, sem tratar de causa de diminuição. Nesta hipótese, parece indubitável que a primeira lei retroagiria e a segunda lei não afetaria casos anteriores. Não haveria celeuma ou discussão.

Ora, se este raciocínio vale para a hipótese de aprovação de duas leis distintas, por que não se aplica ao caso em questão, onde a única diferença é que os dispositivos estão no mesmo texto legal? Será que essa diferença formal é suficiente para impedir a mesma solução?

Parece que não. Ainda que estejam na mesma lei, são normas distintas, que regulamentam situações diversas, uma atinente ao tipo penal objetivo, e outra referente a circunstâncias que minoram a pena de acordo com as características do agente. Poderiam estar em leis diferentes. Se não estão, é por questão de técnica legislativa, mas isso não impede a aplicação da regra constitucional da retroatividade benéfica à norma da causa de diminuição.

Mas o debate está longe do fim. A controvérsia no STF resultou em empate (5x5). O empate beneficia o réu (RISTF, art.146), razão pela qual prevaleceu a segunda posição, que admite a combinação de leis, mas o assunto não é pacífico e deve retornar à pauta da Corte em breve. A ver.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

POLICIAL PENAL, contribuindo para a vida, PEC 308

Consta que mineiro conta muito “causo”. Então, vou contar-lhes um:

Nos anos 70, 80, existia uma sandália de borracha muito conhecida. O slogan dessa sandália era: “Não deforma, não tem cheiro e não solta as tiras”.

Nessa época, como agora, muita gente já a usava, mas, as pessoas não tinham coragem de dizer isso, porque não era “chique”, não era “da moda” usar aquele chinelo. Também, quem iria contar que usava uma sandália cujo slogan dizia que não deformava, ou seja, apenas cumpria a obrigação, não dava chulé, porque não tinha cheiro e não soltava as tiras, ou seja, jamais iria “deixar alguém na mão”, digo, falhar com alguém? Parecia coisa de pouco favorecido mesmo, não tinha nenhum “glamour”! Estou falando das famosas Havaianas.

Os profissionais que fabricavam esse produto observaram e fizeram várias pesquisas, onde concluíram que muita gente usava, mas tinha vergonha de dizer que usava. Às vezes, pessoas estavam de Havaianas em casa e, se chegava alguém, corriam e trocavam o calçado, para ninguém vê-las com aquele chinelo “careta”. Então, os gestores adotaram a seguinte estratégia: mudaram o POSICIONAMENTO do produto.

Começaram pelo slogan. Se antes era: “Não deforma, não tem cheiro e não solta as tiras”, passou a ser “Havaianas: Todo Mundo Usa!” E começaram a mostrar pessoas famosas, que tinham credibilidade, dizendo que usavam esse chinelo. Sabem o que aconteceu? As pessoas se assumiram e começaram a usar Havaianas naturalmente, sem “complexo”. Passou a ser até chique! Usa-se, atualmente, em festa de 15 anos, de casamento, para, lá pelas tantas, descansar os pés. As pessoas reconheceram que era e é um bom calçado, além de seu uso não se constituir em qualquer demérito. E o curioso disso tudo é que a tecnologia da fabricação não mudou. O que mudou foram as cores, a propaganda, o estilo, o posicionamento.

Isso, POSICIONAMENTO! Sabem o que é? Posicionamento é como o outro lhe vê. Como você está situado na mente do outro.

Eu lhes contei essa história para nós pensarmos sobre o posicionamento do Agente Penal (Agente Prisional, ou Agente Penitenciário, Agente de Segurança Prisional ou Carcereiro, para alguns desinformados, e outras designações).

A partir de agora, vou referir-me à categoria como Policial Penal porque, creio, inexoravelmente, os senhores serão assim reconhecidos brevemente.

De início, portanto, constata-se não haver uniformidade na designação do cargo que vocês ocupam e, como que em cascata, isso vem ocorrendo também na legislação, na doutrina, na administração e na logística. Situações e comportamentos divergentes podem ocorrer, às vezes, dentro de uma mesma unidade federativa.

E então, como você acha que está? Reconhecido? Como o outro, como a sociedade lhe vê? Necessário? Como você próprio se vê? Profissional indispensável, fundamental? Parece-me, infelizmente, que as coisas não vão tão bem assim, porque esse servidor público ESPECIAL ainda é visto como aquele chinelo, que “Não deforma, não tem cheiro e não solta as tiras”, e que dá vergonha de ter (ou de ser?). Mas, na verdade ele, IMPERCEPTIVELMENTE, há muito tempo, já realiza uma atividade extremamente importante, um serviço que “Todo mundo usa”.

Se o cidadão sai de manhã para trabalhar, o filho dele pode ir tranqüilo para a escola, a mulher dele pode sair e fazer compras é porque existe um profissional garantindo-lhe que os condenados pela justiça e presos estão bem custodiados e, portanto, aquele cidadão pode sentir-se protegido. É que, sem se aperceber, sem reconhecer a necessária importância, sem manifestar o categórico respaldo e o decisivo respeito, “Todo Mundo Usa” direta ou indiretamente o serviço do policial penal, há muito tempo.

Mas, até quando vai prevalecer essa síndrome de Pantaleão, ou seja, daquele velho (representado pelo extraordinário Chico Anísio), que conta histórias para o rapaz abobalhado, assumindo que usa Havaianas?

Vamos fazer uma análise disso. Vejamos o que vem ocorrendo no Paraná e em alguns outros Estados: preocupantes ocorrências de homicídios, cujas vítimas são funcionários públicos do Sistema Prisional (infelizmente, não reconhecidos como policiais penais. Ainda!...). Desejo chegar ao fim da minha exposição tendo conseguido mostrar que isso só está acontecendo porque o policial penal ainda não está POSICIONADO adequadamente junto à sociedade.

Nosso OBJETIVO, então, é oferecer alternativas de defesa que resultem em maior e melhor proteção a esses agentes públicos.

Partimos do princípio que, provavelmente, poderíamos elencar vários pressupostos para discutir esse tema. Porém, em razão da exigüidade de tempo, que nos remete à objetividade, fixemo-nos em apenas um: A FALTA DE IDENTIDADE PROFISSIONAL.

Os que operacionalizam a Lei de Execuções Penais (LEP), via custódia e ressocialização, clamam que passa do suportável a incúria do poder público, observada na postergação de quadros profissionais, na negligência que envolve o preparo técnico e no desprovimento logístico.

A sociedade, tensa e angustiada, é mais outra vítima da desídia, que tende a desaparecer valorizando-se o órgão encarregado das custódia, ressocialização e – o que poderia ser uma inovação, preenchendo uma necessidade fundamental – da fiscalização de decisões judiciais (medidas de segurança, penas alternativas).

Enfim, é possível afirmar-se que não há efetividade – capacidade de produzir resultado(s) com melhor(es) performance(s) e coerente(s) com objetivo(s) institucional(ais) – na área da Administração Prisional.

Uma classe sem voz e sem vez!

Impensável uma classe que não tenha um canal por onde fluam suas proposições técnicas e suas reivindicações, mas, por outro lado, permanentemente submetida a um canal por onde refluem as críticas ásperas e o desamparo. Uma classe cujo desempenho amadorístico se transforma em real desproteção e forte vulnerabilidade no organismo social. Vale dizer, e convém que isso seja difundido em todo o país, quanto mais fraco, mais preterido o Sistema de Administração Penal, mais vulnerável, mais desprotegida estará nossa sociedade.

Embora a PEC-308 não tenha sido votada e promulgada pelo Congresso Nacional, ante a morosidade federal, algumas unidades já começam a estudar estratégias para melhorar a Administração Penal. É que, até a PEC-308 ser promulgada, providências podem e devem ser adotadas no âmbito dos respectivos Estados. Isto porque está reservado à União legislar sobre direito processual penal e direito penal (art. 22, I, CF). Porém, compete concorrentemente à União, Estados e Distrito Federal, legislar sobre direito penitenciário. “Sobrevindo lei federal sobre normas gerais, suspende a eficácia da lei estadual no que lhe for contrário. (art. 24, CF)”.

Minas Gerais, por exemplo, tem legislado sobre esse assunto, criando a Superintendência da Guarda Prisional e transferindo atividades, antes exercidas pelas Polícias Civil e Militar, aos Agentes Penais, ainda que não tenha adotado providências definitivas que visem a reconhecê-los como policiais penais.

É positiva essa fuga da inércia, embora possa provocar prejuízos a condutas operacionais e administrativas, as quais, respeitadas as realidades culturais, deveriam ser padronizados em nosso país. Um contingente armado, que cuida dos elementos teoricamente perigosos da sociedade, deve ser uma garantia na defesa social. Isso, somente poderá acontecer se a Guarda for adequadamente amparada normativamente e preparada. Do contrário, surgirão mais problemas do que soluções.

Enfim, se o Agente Penal for considerado Policial, for reconhecido como Policial Penal (e isso é POSICIONAMENTO), é provável que marginais pensarão duas vezes, antes de perpetrar ataque a esse servidor público especial.
 
Em MG, os primeiros diretores de inteligência eram integrantes da PM ou da PC. Hoje, em maioria dos estabelecimentos penais, o cargo é exercido por Agentes Penitenciários que têm Curso Superior concluído ou em andamento, conforme TAC assinado com o Ministério Público.

Aliás, a grande maioria de diretores nos vários estabelecimentos penais (Diretor Geral, Diretor de Segurança, Diretor Administrativo, Diretor de Inteligência) é composta de Agentes naquela condição. A situação é relativamente boa, em comparação a outros Estados, mas, será adequada, quando houver uma Lei de Organização Básica (estrutura do órgão), Lei de Efetivo coerente com o Plano de Carreira, Lei de Remuneração, dentre outras necessidades.

Isso deve ocorrer via concurso público, requalificação, academia, quadro (carreira) e dotação próprios, disciplina, hierarquia, embasamento legal e doutrinário, corregedoria e ouvidoria, interlocução em alto nível entre a chefia da Polícia Penal e as demais vertentes policiais, inclusive compartilhando informações e ações;

Para encerrar, vou citar Nelson Rodrigues, que dizia que o Brasil sofria de “Síndrome de vira-lata”. Parecia sempre ser o país coitadinho, que se satisfazia com os restos, que jamais seria competitivo no cenário mundial.

Isso mudou! Somos hoje uma potência reconhecida internacionalmente. Existe a previsão que, em 2020, o Brasil será o 5º maior país do mundo em riqueza.

Um país dessa potencialidade merece uma Polícia Penal conhecida, respeitada e admirada pela sociedade. Se se continuar a dizer que a classe de agentes “Não deforma, não dá cheiro e não solta as tiras”, será sempre formada por esses profissionais – ainda que fazendo muito bem o que tem que ser feito – vistos como quadrados, inodoros e que passam despercebidos. Só se lembra deles quando “soltam as tiras”, digo, quando há rebelião.

O Agente prisional, o POLICIAL PENAL, esse profissional que, sem alarde, contribui para que a vida em sociedade seja, cada vez mais, segura, não pode mais ser desconhecido, inodoro e dispensável. É um erro que tem gerado um enorme prejuízo para a própria sociedade. Sua participação na Defesa Social, na salvaguarda da sociedade tem de ser vista como extremamente fundamental. E, não custa frisar: TODO MUNDO USA!

(*) Coronel da Reserva da PMMG
Fonte: Coronel Amauri Meireles, via e-mail

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Casal preso por tráfico trabalhava para detento do Aníbal Bruno

Foto: Milenna Gomes/ Especial para o JC

O Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) apresentou hoje um casal suspeito de distribuir entorpecentes a pequenos traficantes da região. Depois de serem investigados há cerca de duas semanas, Ivson José Araújo de Souza, de 28 anos, e Ozama Maria da Silva Pedrosa, de 23, foram detidos na noite de ontem. Com o casal foram apreendidos 10 kg de maconha, 1 kg de crack e uma balança de precisão.

Primeiro os policiais abordaram Ivson que seguia em uma moto, nas imediações do Hospital Getúlio Vargas (HGV). Ele levava uma pequena porção de crack escondido na cueca. Na residência dele, no bairro do Cordeiro, zona oeste do Recife, os investigadores encontraram o restante do crack escondido dentro do fogão na cozinha. Já a maconha estava dividida em 14 pacotes dentro de mochilas de viagem.

De acordo com a polícia, Ivson tem antecedentes criminais por roubo e foi preso nos anos de 2006 e 2010. O casal foi levado para a sede do Denarc, onde foi autuado em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

A polícia descobriu ainda que a moto pilotada pelo suspeito pertencia ao presidiário Joel Pereira da Silva. Em depoimento, Ivson confirmou que havia comprado a droga ao traficante e que a moto foi emprestada, enquanto Joel cumpre pena na Unidade Prisional do Aníbal Bruno, de onde ele comanda o tráfico de drogas. O caso está sendo investigado pela delegada Maria Helena Couto Fazio.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Governo cobra metas e cancela férias na polícia

Medida afeta cerca de 2,5 mil policiais que atuam em áreas que não atingiram meta de redução de homicídios

Sem conseguir atingir a meta de redução de homicídios e com o aumento de crimes contra o patrimônio, como assalto a ônibus, o governo do Estado decidiu contra-atacar com uma medida polêmica. Em portaria publicada nesta quarta-feira (30), no Diário Oficial do Estado e assinada pelo secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, o Executivo suspendeu as férias e licenças de policiais militares, civis e bombeiros em dezembro.

A medida atinge principalmente cargos comissionados, comandantes e delegados, mas também cabos e soldados das Áreas Integradas de Segurança que não atingiram a meta de 12% na redução de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) - homicídios, latrocínios e assaltos seguidos de morte. Isso significa cerca de 2,5 mil policiais.

A decisão é uma forma de pressionar, principalmente, os gestores do Pacto pela Vida, a reduzir os índices de violência no Estado. Isso porque, depois de três meses diminuindo o número de CVLI, há indícios de que o número de assassinatos em novembro ultrapassou o número de notificações feitas no mesmo período do ano passado.

Em novembro de 2010 foram registrados 244 crimes desse tipo. Este ano, até o dia 25, haviam sido contabilizados 239 assassinatos, de acordo com dados divulgados no site da SDS. Mas como a média diária do mês é de nove homicídios, é provável que o mês tenha terminado mais violento que o do ano passado.

A suspensão das férias não agradou as entidades que representam os policiais do Estado. Para o presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco, Flaubert Queiroz, a medida é ilegal e há a possibilidade de acionar a justiça. A Associação dos Cabos e Soldados (ACS) também deve seguir a mesma linha.

O secretário Wilson Damázio reconhece que o mês de novembro foi "difícil" em relação à violência, mas garantiu que a decisão de suspender as férias é em "prol da sociedade pernambucana".

"O mês de dezembro, historicamente, é mais violento. Então, vamos entrar com carga total para reduzir os índices de violência. E tenho certeza que os policiais pernambucanos não vão nos abandonar. Cerca de 2,5 mil policiais estavam com férias marcadas para dezembro. Isso é o equivalente a 12% do nosso efetivo operacional. E trata-se de uma medida que já realizamos antes, no Carnaval e no meio do ano", ressaltou Damázio.
Fonte: JC OnLine

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Encontrada plantação de maconha dentro do presídio Aníbal Bruno

Foi encontrada uma plantação de maconha dentro do pavilhão "Q" no presídio Aníbal Bruno. As plantas chegavam a medir até um 2 metros de altura. O secretário da SERES disse que vai andar avaliar as plantas para ter certeza se é, realmente, maconha. Essa matéria foi postava no programa "AQUI com Cardinot" da TV Club (Band). O apresentador compara o presídio com "a casa das primas", expressão tirada de uma música que significa, em outras palavras, o mesmo que dizer que lá pode-se fazer tudo.

No final do vídeo ele comenta que só faltam 32 dias para o fim-do-ano e nenhum agente penitenciário, concursado, foi nomeado ainda - desde o fim da academia em maio e desde o acordo firmado com o sindicato dia 29/11 referente a escala de trabalho.

Assista a matéria completa pelo vídeo abaixo:



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Presidiários recebem teste rápido de Aids. Exames começam no Aníbal Bruno

A partir desta segunda-feira, as unidades prisionais do Recife recebem um mutirão para a realização de testes rápidos para diagnóstico de HIV. A primeira unidade atendida é o Presídio Professor Aníbal Bruno, no Tejipió. Na quarta-feira o atendimento será feito na Colônia Penal Feminina Bom Pastor.

Os serviços marcam as comemorações ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids, marcado para a próxima quinta-feira e estão sendo realizados pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Coordenação de DST/AIDS e Hepatites Virais. O resultado sai em meia hora e, nos casos positivos, o paciente é encaminhado para tratamento na rede municipal.

A meta é realizar 100 testes em cada unidade. A ação conta com a parceria do Núcleo de Apoio aos Portadores de Hepatites. Além da testagem, será realizada palestra educativa para a prevenção às DSTs e distribuição de panfletos informativos. O evento conta com o trabalho de flebotomistas, aconselhadores, cadastradores e palestrantes, além dos próprios agentes de saúde penitenciários.

sábado, 26 de novembro de 2011

Marcos Mariano: foram 30 anos de angústia e sofrimento devido a um erro do Estado



O corpo do ex-detento Marcos Mariano da Silva foi enterrado na tarde de quarta-feira (23) no Cemitério de Santo Amaro, no Recife. A causa da morte foi atestada como infarto na manhã  do do mesmo dia pelos médicos legistas que realizaram a necropsia no Serviço de Verificação de Óbito (SVO), na Cidade Universitária.

Histórico de Marcos Mariano desde sua prisão

Marcos Mariano foi preso pela primeira vez em 1976, no Cabo de Santo Agostinho, mas seis anos depois o verdadeiro culpado foi identificado e ele foi solto. A liberdade durou apenas alguns anos. Em 1985, ele voltou à unidade prisional porque a polícia entendeu que ele estava foragido. Ele foi libertado novamente em 1997, após mutirão judiciário que ficou constatada a inocência dele e que o verdadeiro culpado já estava preso também.
Marcos, através de um advogado, colocou o Estado de Pernambuco na justiça, em 2006 o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ordenou que o governo do estado o indenizasse em R$ 2 milhões por danos morais e materiais. Ele só recebeu a primeira parte  deste dinheiro em 2009.  Para não pagar a segunda parte, o Estado entrou na Justiça recorrendo desta decisão e só agora (21/11/2011) saiu a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) negando o recurso.

O advogado disse que a família de Marcos tem o direito de receber o valor restante da indenização do governo do estado por ter sido preso injustamente. O restante do pagamento poderá ser liberado a partir de 2013. O valor, que não foi divulgado, deverá ser pago em 15 parcelas anuais.

Veja quanto sofrimento Marcos Mariano passou:
1º. Foi acusado de um crime que não cometeu;
2º. Foi preso no Aníbal Bruno - local que não oferece a mínima dignidade humana;
3º. Passou 6 anos preso e foi solto após encontrarem o verdadeiro culpado;
4º. Passou 3 anos em liberdade, mas de repente foi preso novamente por engano;
5º. Ficou cego devido estilhaços de bomba durante uma rebelião no Aníbal Bruno;
6º. Foi solto novamente após 12 anos graças a um mutirão processual que durou 3 anos.
7º. Ele saiu em 1997 e entrou na justiça com um pedido de indenização, esta só saiu em 2007 e só foi paga em 2009 (só a primeira parte), ou seja, foi indenizado 10 anos depois;
8º. O Estado recorreu da decisão  para não pagar a segunda parte;
9º. Depois de 2 anos de ter recebido a primeira parte saiu a decisão da Justiça negando o recurso do Estado.
10º. Marcos faleceu de enfarto 1 dia depois de ter saído a decisão - a causa do infarto deve ter sido raiva do Estado por ter demorado tanto.
11º.Se Marcos não tivesse morrido ele só iria receber a segunda parte da indenização em 2013 e de forma parcela em 15 vezes.

Foram 30 anos de angústia e sofrimento devido a um erro do Estado até que o sofrimento cessou com a morte - infelizmente.

Quando Governo quer prejudicar alguém ele não mede esforços, mas quando é para beneficiar, mesmo que o cidadão tenha direito adquirido, ele coloca todo empecilho possível em seu alcance para que isso se torne praticamente impossível ou muito tarde.

É isso que o Governo está fazendo agora com os concursados, tirou  eles dos empregos, deu treinamento, alimentou-os de esperança e depois abandona-os sem nenhum motivo real ou concreto. Formou várias pessoas para o aumento de desemprego e para que essas mesmas pessoas entrem depois sem nenhuma credibilidade no Governo e nenhum entusiasmo para melhoria do sistema.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Estado vai construir presídio com 2.200 vagas em Araçoiaba

Nova unidade custará R$ 88 milhões

A poucos meses de inaugurar o Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga, na Mata Norte, a Secretaria-Executiva de Ressocialização (Seres) anuncia a construção de mais uma unidade prisional de grande porte no Estado. O novo complexo prisional ficará no município de Araçoiaba, na Região Metropolitana do Recife, terá capacidade para 2.200 presos e custo de R$ 88 milhões.

A unidade está prevista para ficar pronta em março de 2013 com o objetivo de desafogar o Presídio Aníbal Bruno - a maior unidade prisional da América Latina em número de detentos - na Zona Oeste da capital, e receber parte dos detentos das duas penitenciárias da Ilha de Itamaracá, para que elas possam ser desativadas.

No planejamento da Seres ainda consta a construção de dois presídios em Tacaimbó, no Agreste, sendo um masculino, com 600 vagas, e outro feminina, com capacidade para 120 detentas. Eles devem ficar prontos em janeiro de 2013, ou seja, antes do Complexo Prisional de Araçoiaba.

Diferentemente da unidade de Itaquitinga, que está sendo construída e será gerenciada através de uma Participação Público-Privada, o Complexo Prisional de Araçoiaba vai ser obra exclusiva do Estado.

Com a construção de três unidades, o governo do Estado, segundo Romero Ribeiro, vai realizar novo concurso para agente penitenciário. "Estamos com 777 agentes já prontos. Vamos chamar 500 até janeiro*, e 211 desses vão para o Aníbal Bruno. O restante também será chamado. Com essas obras, iremos realizar mais concursos", destacou.
*Num era até setembro de 2011??? Já vai em Janeiro???

Fonte: Portal da Transparência  (origem: Jornal do Comércio, publicado em 25/11/2011 por Carlos Eduardo Campos)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Conselho Nacional de Justiça cobra mais vagas nos presídios do Estado de Pernambuco

Relatório questiona o programa Pacto pela Vida, que promete a criação de cinco mil vagas, enquanto o sistema tem um déficit de 15 mil vagas  
 
O relatório das inspeções carcerárias realizadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em Pernambuco questiona os itens do Pacto pela Vida – programa de segurança pública do governo do Estado – referentes ao sistema prisional. No programa, lançado em 2007, são prometidas mais de cinco mil vagas em unidades prisionais pernambucanas em quatro anos. Atualmente, o sistema penitenciário do Estado tem um déficit de 15 mil vagas.

A reportagem do Jornal do Comércio teve acesso nesta quarta-feira (23) ao relatório completo. No documento, o CNJ diz que nas duas inspeções realizadas no Estado – em 2009 e em agosto deste ano – não encontrou nenhuma das vagas prometidas.

Decorridos os quatro anos do lançamento da proposta do governo estadual, durante as inspeções judiciais realizadas pelo mutirão carcerário em praticamente todo o Estado de Pernambuco, não foi encontrada nenhuma das 5.150 vagas previstas em 2007”, destaca o relatório.

No subprograma denominado de Sistema Prisional, o Pacto pela Vida prevê a criação de 800 vagas no segundo ano do programa, 1.200 no terceiro ano e 3.150 no quarto.

O CNJ também levanta a questão da construção do Complexo Penitenciário de Itaquitinga, na Mata Norte, através de uma Parceria Público-Privada (PPP). A unidade criará 3.126 novas vagas, no entanto, está atrelada à desativação dos presídios da Ilha de Itamaracá.

“Ocorre que as antigas unidades penitenciárias sediadas na Ilha de Itamaracá abrigam mais presos que a capacidade da nova PPP, de forma que, caso sua inauguração esteja casada com o fechamento das prisões da ilha, o déficit de vagas ficará pior”, diz o documento.

Para o promotor Marcellus Ugiette, da Vara de Execuções Penais do Estado, a inauguração do complexo de Itaquitinga – previsto para o início de 2012 – não pode estar vinculada ao fechamento dos presídios de Itamaracá.

“Não pode desativar as unidades de Itamaracá enquanto não forem construídos mais presídios”, destacou. O promotor também concorda com o CNJ de que a divisão do Presídio Aníbal Bruno, no Sancho, Zona Oeste do Recife, em três unidades não vai resolver os problemas do maior presídio da América Latina e vai mais além.

“Sempre fui contra essa obra. Com o dinheiro que está sendo utilizado nessa reforma (orçada em R$ 26 milhões), daria para construir dois presídios de médio porte, com cerca de 400 vagas cada”, explicou Ugiette, que defende ainda a desativação do Aníbal Bruno.

Além das mais de três mil vagas do Complexo Prisional de Itaquitinga, o governo espera construir um novo presídio para 600 presos no interior pernambucano, com o objetivo de desafogar o Presídio Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, no Agreste, uma das unidades superlotadas de Pernambuco.

A Secretaria-Executiva de Ressocialização prometeu ainda a criação de mais 420 vagas, no próximo ano, no Presídio Aníbal Bruno.

O relatório do Conselho Nacional de Justiça, divulgado no início da semana, foi encaminhado para o Tribunal de Justiça de Pernambuco e para o Executivo estadual.
Fonte: JC Online

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

As facções criminosas fazem novas vítimas: os agentes penitenciários

A denúncia é da Ordem dos Advogados do Brasil.
Em muitos presídios quem manda são os presos e os agentes são obrigados a obedecerem.

O Agente Penitenciário Elimar Barros afastou-se do presídio depois de passar 32 horas nas mãos dos presos. “O sentenciado passava por você e dizia: você vai morrer”, diz Elimar, traumatizado com a situação que enfrentou. Ele hoje toma diversos remédios controlados (para pressão, gastrite etc.). “Você entra para trabalhar, mas não sabe se vai sair com vida ou não”, disse Elimar.

Outro agente que, por medo, não quis ser identificado. Esse agente passou mais de 1 ano sem sorrir por ter sido espancado por quase 40 presos ficando com o rosto todo desfigurado, “eu gastei em minha boca em torno de 25 mil reais”, disse ele. “Só me lembro que apanhava e muito e que era muita, muita gente de tudo quanto era lado”. O agente ficou hospitalizado e perdeu 10 dentes. “Eu fiquei aproximadamente um mês sem saber o que tinha acontecido, depois eu fui no psiquiatra, psicólogo. Depois eu vim retornando, voltando, lembrando, recordando, que eu vim realmente saber o que tinha acontecido".

Ameaças de morte, coação e torturas não são novidades para quem trabalha no sistema prisional. Do lado de dentro da muralha, a série de ataques aos agentes preocupa ainda mais depois que foi feito um levantamento das causas de tanta violência. Para o sindicato dos agentes penitenciários, os ataques estão ligados à facção criminosa que dominam os presídios e responsabilizam o governo do Estado.

O Estado, na verdade, esconde o problema da sociedade. Imagina-se que a situação hoje no sistema prisional é tranquila, que está tudo bem, mas na verdade não está. O problema é grave, é gravíssimo. Quem suporta hoje, basicamente, esse problema, sozinho, é o servidor do sistema prisional”, afirmou Jorge Duran (Sind. Func. Sistema Prisional de São Paulo).

Segundo a comissão de direitos humanos da OAB a população carcerária aumentou 1.000%  nos últimos 10 anos e o Estado continua com o mesmo número de funcionário, por isso, há um clima de tensão nas penitenciárias.

Os números do Sindicato revelam que, só este ano, seis (6) agentes foram executados no Estado de São Paulo e que a metade dos funcionários afastados por problemas de saúde sofrem de transtorno mental e comportamental.




Detento é flagrado com droga dentro do presídio em Caruaru

Um homem foi flagrado com droga dentro do Presídio Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco.

Na cela de Manoel Elias de Macedo Filho, 20 anos, conhecido por "Piauí" foi encontrado 1,100kg de maconha pronta para consumo dentro de um colchão. Manoel já estava preso por tráfico e foi encaminhado para a Delegacia Regional para registrar a ocorrência.

O acusado não informou para a polícia quem teria trazido a droga ao presídio.


CNJ: Aníbal Bruno continua um presídio sem solução

Relatório do CNJ revela venda de celas e pontos comerciais. Para entidade, obras não vão mudar o quadro


Comércio de celas e cantinas, presos que recebem salários da direção para trabalhar no presídio e uso indiscriminado de telefones celulares, além da superlotação. Diante desse panorama e após duas visitas, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) chegou à conclusão de que a reforma e a divisão do Presídio Professor Aníbal Bruno, no Sancho, Zona Oeste do Recife, que devem ser inauguradas nos próximos meses, não acabarão com os históricos problemas da maior unidade prisional da América Latina, com quase cinco mil detentos.

No relatório final do mutirão carcerário realizado em Pernambuco de agosto a novembro e entregue na terça-feira (22), o CNJ comparou o Aníbal a uma "cidade medieval". Para os juízes do Conselho Nacional de Justiça, dois anos depois do primeiro mutirão realizado no Estado, nada mudou no presídio que foi considerado o pior do País pela CPI Carcerária.

"A famigerada 'reforma' do Presídio Aníbal Bruno não gera nenhuma vaga, mas simplesmente divide os pátios da casa penal com muros internos e administrações separadas. Por outras palavras, quando concluída, ficará como sendo um grande e antigo presídio, apenas divido por três. A murada externa, de fácil acesso, e que permite que pessoas da rua joguem objetos para o interior ficará sendo a mesma", revela o relatório.

Uma das cenas que mais chamaram a atenção dos magistrados é a presença de cantinas que vendem de tudo um pouco na unidade prisional. São 14 pontos comerciais desse tipo, todos gerenciados pelos próprios presos. As fotos tiradas pelo CNJ em visita realizada em 16 de agosto mostram uma verdadeira feira livre dentro do presídio, onde são comercializados frutas, verduras, churrasquinho e produtos de limpeza.

"Ao ultrapassar os portões principais do complexo prisional, não se tem a sensação de se estar no interior de um presídio, mas sim dentro de uma pequena cidade, um povoado, uma favela, com ampla área de terreno cercado por muros distantes. Lembra uma cidade medieval. No interior, floresce o comércio com a existência de inúmeras cantinas, semelhantes a mercearias de bairros, que vendem praticamente de tudo", destaca o documento.

Os produtos seriam comprados por outros presos e visitantes - que podem chegar a oito mil aos domingos. Esse comércio é alimentado em muitos casos, segundo o relatório, pelo pagamento de uma espécie de "salário" para detentos que trabalham não só no Aníbal Bruno, mas em outras unidades carcerárias do Estado.

"A administração penitenciária pernambucana não está apenas remunerando presos, mas sim, se beneficiando e explorando uma mão-de-obra prisional barata, com perigoso custo social, pois as prisões estão, cada vez mais, sob o controle dos detentos, agora ainda pagos pelo Estado. Pior, em vários pontos já se tornou refém, administrativamente, dos presos", afirma o relatório.

PRIVILÉGIOS - O documento também revela que esses presos, chamados "concessionados", têm privilégios e possuem as melhores celas, que chegam a ser negociadas por R$ 2 mil e podem ser também alugadas a R$ 50 ao dia para que outros detentos possam receber visitas, o que revela mais uma vez a livre circulação de dinheiro na unidade.

O relatório foi apresentado, ontem, no Fórum do Recife pelo juiz-auxiliar do CNJ e coordenador Nacional dos Mutirões Carcerários, Luciano Losekann. Para o magistrado, a retirada das regalias dos presos é fundamental para transformar o Aníbal Bruno.

"Os casos de tortura no Aníbal Bruno, que são grandes e variados, são em função dessa perda de poder, dessa falta de ocupação do espaço pelo poder público. O papel do Estado é o preso que está fazendo", ressaltou Losekann, lembrando que o estado brasileiro já foi denunciado perante a Corte Americana de Direitos Humanos por causa da situação do Aníbal Bruno. "Há quatro anos, essa situação é denunciada e até agora nada foi feito."

O secretário-executivo de Ressocialização, coronel Romero Ribeiro, esclareceu que está prevista a criação de 420 vagas no Aníbal Bruno em 2012. "O CNJ pode estar tendo uma visão míope da questão. Nessa reforma, estamos construindo três mil metros quadrados de sala de aula, espaço de laborterapia, quadras de esportes", destacou.

Segundo o coronel, a reforma que divide a unidade em três deve ser inaugurada em dezembro ou janeiro. "Iremos colocar 211 novos agentes penitenciários no Aníbal Bruno". Em relação aos problemas revelados no relatório, o secretário afirmou que todas as denúncias são investigadas. [Fonte: JC Online]

Essa solução dada em relação ao efetivo de agentes penitenciários vem sendo dita , publicamente, desde junho e ainda não foi nomeado nenhum agente do último concurso.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Marcos Mariano morre aos 63 anos no Recife depois de ser preso INJUSTAMENTE

Depois de passar 19 anos preso injustamente, Marcos Mariano da Silva, 63 anos, faleceu por volta das 20h desta terça-feira (22), de causas naturais. Ele foi encontrado sem vida pela esposa, Lúcia Vicente Rodrigues, em sua casa, no bairro de Afogados, no Recife.

O caso de Marcos foi reconhecido pelo STJ como o maior erro judicial da história do Brasil. "Apesar de tudo, ele sempre acreditou muito na Justiça. Infelizmente, não teve condições de completar o ciclo que tanto queria", declarou o advogado de Marcos desde o início da ação, Afonso Bragança.

Marcos Mariano foi preso pela primeira vez em 1976, no Cabo de Santo Agostinho, mas seis anos depois o verdadeiro culpado foi identificado e ele foi solto. A liberdade durou apenas alguns anos. Em 1985, ele voltou à unidade prisional porque a polícia entendeu que ele estava foragido. Foi preciso três anos e um mutirão processual para que a Justiça reconhecesse que Marcos estava preso sem culpa. Durante o segundo período em que esteve recluso, Marcos ficou cego dos dois olhos após ser ferido por estilhaços de bomba de gás lacrimogênio em uma rebelião. Ele foi solto em 1997.

Assim que foi solto, o ex-mecânico e ex-motorista decidiu entrar com uma ação judicial contra o Estado pedindo indenização de R$ 2 milhões por danos morais e materiais. A primeira parte foi paga só em 2009. Com o dinheiro, Marcos comprou casas para ele e os parentes. Para não pagar a segunda parte, o Estado entrou na Justiça e, coincidentemente, ontem saiu a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) negando o recurso.

Emocionada, a esposa, que deparou-se com Marcos morto no momento em que foi acordá-lo para jantar, lembrou dos momentos difíceis enfrentados pelo casal. “Quando ele saiu da cadeia, passamos por muitas dificuldades. Tivemos que morar na casa da minha mãe, na Várzea, depois alugamos um quarto, em Camaragibe, e não tínhamos dinheiro para pagar as contas. As coisas melhoraram há dois anos (quando o Estado pagou a primeira parte da indenização)".

Durante vários anos, o casal dependeu de favores dos amigos. Comprávamos cestas básicas, medicamentos e pagávamos o aluguel”, contou o policial Laurentino de Brito, amigo da família.

O local e hora do sepultamento ainda não fora confirmados pela família.

Fontes: DiárioDePernambuco.com.br e JC Online